ROUPA DE TURISTA
Proposta
Roupa de Turista
Público
8.º ano - Complemento à Educação Artística
Concepção e orientação
Ilda de Sousa
Data
2024
Roupa de Turista
Pensemos numa personagem que quer guardar todos os caminhos que faz. Guardar mesmo, fisicamente (não é guardar na memória). E para isso deixa atrás de si, não migalhas de pão como no famoso conto de Hansel & Grettel, mas um fio, uma linha - como outras personagens clássicas fizeram. No fundo, ele quer guardar um tempo, materializar o tempo do percurso. Essa personagem, diga-se, tem linhas de várias cores. Uma linha de fio azul, uma linha de fio vermelho, uma linha de fio preto, outra de fio verde, etc. Quando está triste e percorre uma certo caminho vai desenrolando um fio preto. Quando está ansioso e excitado desenrola o fio vermelho; quando está indiferente, o fio cinzento, quando está tranquilo, o fio branco. Depois, quando regressa a casa, deposita os fios, que têm o tamanho do seu itinerário, numa caixa. Mais tarde, meses mais tarde, no final de cada ano, esse homem pode fazer um balanço da sua vida e dos seus percursos. Pode olhar para a caixa e ver se há mais fios azuis ou vermelhos, pretos ou brancos. Que ano infeliz eu tive, pode ele dizer se a sua caixa for dominada pelos fios pretos. Que ano tranquilo eu tive, pode ele dizer se a caixa for dominada pelos fios brancos. Que ano agitado eu tive, pode ele dizer se a cor vermelha for a predominante. Uma síntese do ano em cores, eis o que se conseguiria. E pensemos num turista que guarda, de cada viagem, os fios que vai desenrolando nos caminhos; e que, com eles, com esses fios, com cores resultantes do estado anímico em que estava em cada momento, cose uma roupa. Essa roupa, feita a partir dos fios que resultaram da sua viagem, terá assim cores sentimentais, cores afectivas - e será, portanto, uma síntese da sua viagem. Mais tarde, esse turista poderá dizer, mostrando a roupa que ele próprio fabricou: Eis como foram as minhas férias! A minha roupa é a minha memória em forma de tecido.
Gonçalo M. Tavares, 2015
CAMINHOS DA LIBERDADE
Proposta
Caminhos da Liberdade
Público
8.º ano - Educação Visual
Concepção e orientação
Ilda de Sousa
Data
2024
Realizada no âmbito de um projeto do grupo de História para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
CRIOULO: FÁCIL E RÁPIDO
Proposta
CRIOULO: FÁCIL E RÁPIDO
Público
8.º ano - Educação Visual
Concepção e orientação
Ilda de Sousa
Data
2024
CRIOULO: FÁCIL E RÁPIDO
O surgimento das línguas crioulas está intrinsecamente ligado ao período da colonização europeia, marcado pelo encontro de grupos étnicos e culturais diversos em contextos coloniais. Essas línguas crioulas representam um fenómeno línguistico que resultou da fusão entre as línguas nativas e aquelas impostas pelos colonizadores europeus. Os colonizadores portugueses desempenharam um papel significativo na imposição da sua língua sobre diversas populações colonizadas. A partir dessas imposições linguísticas, surgiram diferentes línguas crioulas de base portuguesa, cada uma delas caracterizada pelas suas próprias singularidades, influências regionais e histórias únicas. Alguns exemplos notáveis incluem o Crioulo de Cabo Verde; os Crioulos da Guiné-Bissau; o Crioulo de São Tomé e Príncipe; o Papiamento das ilhas ABC do Caribe, o Crioulo de Macau, o Crioulo de Malaca, da Malásia; e o Crioulo de Diu, falado em Diu, na índia. É interessante observar que algumas dessas línguas crioulas migraram para Portugal, juntamento com os fluxos migratórios que desempenham um papel importante no país, e já dominam Agualva-Cacém. Apesar da presença significativa das línguas crioulas na região, o português e o inglês continuam a ser as línguas impostas. Atualmente, somos cercados por uma variedade de produtos de comunicação visual que, na rua ou na internet, nos convidam a aprender português ou inglês de maneira fácil e rápida. Nesse contexto, surge a questão: por que não convidar a população de Agualva-Cacém, por meio de iniciativas semelhantes - cartazes, folhetos, entre outros- a aprender os diferentes crioulos que enriquecem os nossos bairros?
Ilda de Sousa
DEZEMBRO: ENTRE O NATAL E O CONSUMO
Proposta
DEZEMBRO: ENTRE O NATAL E O CONSUMO
Público
9.º ano - Complemento à Educação Artística
Concepção e orientação
Ilda de Sousa
Data
2024
DEZEMBRO: ENTRE O NATAL E O CONSUMO
Estes objetos são resultado de uma proposta para os alunos criarem uma "Assemblage", inspirada no Movimento Novo Realismo e voltada para uma crítica à sociedade de consumo contemporânea. O movimento Nouveau Réalisme (Novo Realismo) surgiu no início dos anos 1960 na França e é considerado uma resposta à sociedade de consumo emergente do pós-guerra. Foi fundado oficialmente em 1960 por um grupo de artistas, incluindo Yves Klein, Arman, Jean Tinguely, Daniel Spoerri, e o crítico de arte Pierre Restany, que redigiu o manifesto do movimento. O Nouveau Réalisme buscava reaproximar a arte da vida quotidiana, utilizando objetos encontrados e materiais comuns para criar obras que refletissem a realidade contemporânea. Eles queriam romper com a abstração do pós-guerra e reintroduzir elementos do mundo real na arte. Inspiravam-se nos objetos quotidianos, lixo urbano e materiais descartados, integrando-os nas suas obras para questionar e criticar a sociedade de consumo.
Ilda de Sousa